quarta-feira, 4 de abril de 2007

O colapso do Zimbabué (1)

O exército e a polícia em decadência. As greves e os cortes de electricidade multiplicam-se. Outros serviços essenciais praticamente já não são assegurados. A inflação anual no Zimbabwe atingiu 2200 por cento em Março, contra 1729 no mês precedente. Robert Mugabe continua preso num circulo vicioso. Bastaram algumas semanas para que os aumentos de salário concedidos aos funcionários públicos (300 por cento em Janeiro) tivessem sido devorados pela inflação. O regime em falência só pode conceder novos aumentos se cunhar moeda, o que provocaria ainda uma escalada maior da inflação, exigindo novos aumentos de salários. A tensão nas ruas de Harare é palpável. As pessoas estão reduzidas a vasculhar os caixotes do lixo para ganhar um pouco de dinheiro, arranjar comida e conseguir pagar os transportes. Os mais sortudos, aqueles que tem emprego, nem sequer dispõem de dinheiro para pagar um bilhete de autocarro. Uma professora do ensino básico, de 35 anos, com seis anos de antiguidade ganha 20 euros por mês. Quatro dos maiores hospitais têm estado paralisados há semanas por greves sucessivas dos internos, cujos salários atingem no máximo 9 euros líquidos por mês e como a distribuição de água deixou de ser assegurada, a capital está em estado de alerta máximo de uma possível epidemia de cólera. Mugabe tem reagido dizendo que "não tolera qualquer protesto" e que conta com o exército e a polícia para restabelecer a ordem. Ora, segundo fontes militares, apesar de serem melhor remunerados que os professores ou as enfermeiras, vivem em condições "deploráveis". Abaixo da patente de coronel, a maior parte dos soldados ganha menos de um dólar por dia, vivendo abaixo do limiar da pobreza, segundo os padrões internacionais. Infelizmente, o desabamento da economia é um maná para a elite corrupta que gravita à volta do Presidente e que já enriqueceu com as exportações dos agricultores brancos. Os notáveis do partido no poder podem comprar dólares ao banco central a uma taxa de câmbio oficial irrisória e revendê-los no mercado negro, obtendo um lucro de 2000 por cento. Também têm a gasolina a um preço 12 vezes inferior ao praticado no mercado. É uma situação muito complicada. Resta saber até quando!?
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2 comentários:

Izidine.Abdul.Cadir disse...

Numa declaração sobre a política económica do país, o Banco Central do Zimbabwe anunciou (início de Maio 2007) que a taxa de câmbio do dólar zimbabweano conservaria a sua paridade oficial de 250 dólares zimbabweanos para um dólar norte-americano, ao passo que uma outra taxa de 15 mil dólares zimbaweanos contra um dólar norte-americano seria aplicada para os exportadores, principais fornecedores do país em divisas.Os exportadores reclamavam por uma desvalorização da moeda, considerando a taxa de câmbio oficial inviável.Em Março último, os exportadores de tabaco recusaram-se a vender as suas colheitas enquanto o Governo não aceitasse desvalorizar a moeda local, e outros exportadoes ameaçaram encerrar as suas lojas se as autoridades persistissem na manutenção da taxa fixa.
O Governo manteve-se até agora firme na sua posição, receando que uma desvalorização provocaria um aumento vertiginoso dos preços.Entretanto, o Banco Central afirmou quinta-feira que a indústria foi alvo de fortes tensões devido à taxa de câmbio fixa e que é preciso diminuir a pressão.A instituição financeira precisou todavia que a nova taxa de câmbio seria aplicável apenas aos exportadores e outros operadores que representam fontes de receitas em divisas.

Izidine.Abdul.Cadir disse...

O governo do Zimbabué pretende obrigar numerosas empresas estrangeiras, entre elas os grupos mineiros Rio tinto e a Anglo American, a ceder a maioria do capital aos zimbabueanos. Vai proceder-se assim, segundo um porta-voz do governo, contra as "companhias imperialistas" que as autoridades do Zimbabué acusam de aspirar a uma mudança de regime no país. Deste modo, Harare aprovou um conjunto de medidas legislativas que obrigará todas as companhias de propriedade estrangeira a ceder 51% das acções a zimbabueanos negros. Segundo alguns economistas zimbabueanos, esta medida será tão prejudicial para a economia do país como as anteriores confiscações de terras de brancos.