segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Sabia que...

...somos quase 6 mil milhões de habitantes no planeta e que 1,2 mil milhões sobrevive em condições de extrema pobreza (com menos de um dólar por dia)?
...cerca de 115 milhões de crianças não vão à escola e que há 879 milhões de iletrados?
...dois terços dos analfabetos são mulheres e que ainda há países onde elas nem sequer podem votar?
...13 milhões de crianças morrem antes dos cinco anos de idade devido a causas que poderiam ser evitadas (por exemplo, diarreia)?
...500 mil mulheres morrem, por ano, durante a gravidez ou parto, a maioria em países em vias de desenvolvimento?
...por ano, a malária ainda mata 1 milhão de pessoas, a tuberculose 2 milhões e a sida 3 milhões?
...2 mil milhões de pessoas vivem sem acesso regular a fontes de energia e que mil milhões não têm água potável?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Nova era nos PALOP

Com o fim da era da economia planificada nos PALOP, de direcção central, que eliminava os mecanismos de mercado e a propriedade privada dos meios de produção e, se não suprimia, pelo menos condicionava fortemente o comércio e o investimento internacional, que era feito numa lógica não capitalista e de relações entre Estados, surge a economia de mercado, baseada na lei da oferta e da procura, na livre iniciativa empresarial e na propriedade privada, articulada com a liberdade do comércio e de investimento no plano internacional. Em síntese (in: "Revista exame nº 274 de Fev. 2007"), sabe-se que:
Angola: crescimento forte; abundância de recursos naturais valiosos (petróleo e diamantes); inflação em queda. Défice de organização pode colocar em causa a aplicação dos recursos financeiros em projectos relevantes.
Cabo Verde: estabilidade; boa gestão do país; condições de excelência para o turismo; elevados remessas dos emigrantes. Pequena economia aberta, muito condicionada pela conjuntura externa, sendo muito vulnerável a choques.
Guiné-Bissau: Acordo com o FMI; integração na União Económica e Monetária Oeste-Africana; dinamismo sector primário. Elevada instabilidade política; 90% das exportações são de caju em bruto; quase não existe classe empresarial.
Moçambique: Apoio do FMI; estabilidade política, social e económica; crescimento forte; inflação sob controlo. Actividade comcentrada em Maputo (resto do país está muito atrasado); maioria da população é muito pobre.
São Tomé e Príncipe: Grande potencial para o turismo; tudo indica que o país dispõe de reservas significativas de petróleo. Instabilidade política; economia tem fraca capacidade de absorção das verbas provenientes do petróleo.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

E o que ganho eu com isso?

Com muita naturalidade ouve-se, e não só, fazer-se a pergunta do custume: "What's in it for me?". Ao analisar-se, em maior profundidade, o que está por detrás desta questão, conclui-se que existem diferenças interessantes entre a postura africana face à retribuição de um esforço, e a postura de um cidadão de outro continente. O enfoque está enraizado bem no fundo da cultura "levar as coisas para a frente". É algo que reside no DNA, e que dificilmente será desenvolvido numa cultura que não possua este modo de pensamento e energia, para o qual a mentalidade e a flexibilidade não parece ainda estar preparada para inovar: capacidade de gerar uma ideia e de rapidamente a elaborar e "transportar" para o mercado. Se houver um sucesso, a contaminação é total. Toda gente beneficia, há um efeito arrastamento. E agora sim, nem será necessário perguntar: "E o que ganho eu com isso?".

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

BAD

A grande razão e motivação de embarcar na aventura do BAD (Tunes), não pelo BAD em si, per si, enquanto organização internacional, foi a de um mundo a explorar. Um mundo 60% africano e 40% "resto" ("le monde à l'inverse"). Um mundo onde os interesses globais (e individuais), mais ou menos nobres e "desinteressados", de 53 membros regionais e 24 não regionais, convergem para África, passam por África. Um mundo onde sobreviver, ser aceite e conseguir mostrar o que se vale não é tão evidente e "democrático". Isto, segundo uma economista-estagiária (in: "Jornal de negócios de 5/2/2007"), cujo objectivo oficial foi colaborar com economistas responsáveis pelos PALOP. Numa instituição maioritariamente africana, machista e sénior, ser mulher europeia e nova é o inferno! Não um descrédito total mas está lá próximo. As intenções até podem ser boas (ou puramente más), mas as acções, essas, deixam a desejar! De inspiração passou para "falta de respiração". Ideologias e convicções foram desmoronando. O foco o BAD. O drama o BAD. A luta o BAD. Os jogos de influência e de poder influem em toda e qualquer actividade quotidiana, que as nacionalidades, crenças, raízes, estatutos coexistem num caos instituído que, não se sabe como, faz girar a máquina badiana. Cada dia, um teste diferente: à resistência, ao poder de encaixe, à persistência (pior, à paciência). Mensagens cruzadas, ordens e orientações contraditórias ("um" quer proactividade e ideias novas, contributos de fora, outra percepção e dinamismo; o outro não quer ouvir um não, menos ainda saber da iniciativa, opiniões ou ideias; quer um robot!). Se de início chocam e deixam perdido, lentamente, à medida que se insere na organização, deixam de perturbar, porque quando se quer ir a algum lado, tem de se entrar no jogo.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Aprender a empreender

Causa Africana vai dedicar-se a formação em empreendedorismo, cidadania, ética, literacia financeira, economia, negócios, política e desenvolvimento de carreiras em África, um desejo que representa a vontade do africano, cidadão comum, que no dia-a-dia dá a cara por aprender a empreender: "o homem sábio diz que deve continuar a aprender até morrer. O ignorante diz sempre que já sabe tudo".
Causa Africana, desempenha uma função social, porque a independência é uma consequência de se ter liberdade. Liberdade de opinião, de fontes, de traficâncias disfarçadas de seriedade ou seja liberdade de saber usar a liberdade, a nossa e a dos outros.
É dessa liberdade que vem o nosso poder. Não é um Blog do poder, não tem amigos mas fontes, não produz textos giros mas úteis. Não é um mérito em si, mas é a criação de um projecto verdadeiramente vivo, de inovação, assente numa cultura moderna, ser exigente e não complacente. Corremos riscos, incomodamos gente, somos críticos, contestamos afirmações, multiplicamos interrogações, procuramos verdade para este mundo complexo, veloz e fascinante.