sábado, 23 de fevereiro de 2008

África

A designação “África” deriva de Avringa, ou Afri, nome da tribo berbere que na antiguidade habitava o norte do continente. O nome passou a ser usado pelos romanos, após a conquista de Cartago, para designar as províncias que ocupavam o que é hoje a Argélia e a Tunísia. No Séc. XVI o nome generalizou-se a todo o continente. Com uma superfície de 30,3 milhões de Km2, englobando 615 mil Km2 de ilhas, a África é o terceiro maior continente, depois da Ásia e da América, ocupando 20% da superfície terrestre. O seu maior comprimento, no sentido Norte-Sul, entre o Cabo Branco (Mauritânia) e o Cabo das Agulhas (África do Sul) é de 8000 Km, e a maior largura, de ocidente para oriente, entre Cabo Verde e o Cabo Hafun (Somália) é de 7600 Km. A maior parte do território estende-se do Trópico de Câncer ao Trópico de Capricórnio, na Zona Tórrida. A altitude média é de 750 metros, sendo a maior altitude no Kilimanjaro, na Tanzânia (cerca de 5900 metros). Os rios são em geral curtos. Os mais extensos são o Nilo, o maior do mundo (6671 Km), o Congo (4320 Km), o Níger (4360 Km), o Zambeze (2660 Km), o Orange (1860 Km), o Cubango (1660 Km) e o Limpopo (1600 Km). Encontra-se em África o segundo maior lago do mundo, o Lago Vitória, com os seus 69500 Km2. Com uma população de cerca de 800 milhões de habitantes, 12% da população mundial, mais de 500 milhões dos quais na África Subsahariana, a densidade populacional média de África é de 26 hab/Km2. Cerca de 40% da população professa a religião muçulmana, 15,5% a católica, 16,5% outras religiões cristãs e 25% religiões tradicionais. Grande parte da população dedica-se à agricultura, principalmente de subsistência. Contudo, a África é o único continente em que a produção agrícola por habitante baixou nos últimos 25 anos. O subsolo é rico, figurando a África entre os maiores produtores de diamantes, crómio, cobre, ouro, manganésio, cobalto, ferro e bauxite. Dispõe ainda de importantes reservas de petróleo, de gás natural, de carvão e de urânio. A variedade étnica, em particular na África Subsahariana é grande, sendo ali conhecidas mais de 1500 línguas e dialetos. Para a diversidade cultural contribuiu a manutenção, até tempos muito recentes, de estruturas de organização social tribal.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O fosso da produtividade do trabalho

O fosso entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento tem aumentado. Entre 1997 e 2007, a produtividade do trabalho aumentou em todas as regiões, excepto na do Médio Oriente. Na Ásia Oriental observou-se o máximo incremento. Foi importante na Europa Central e Sub-Oriental (extra EU) e CEI, regiões que alcançaram o nível das regiões da América Latina e Caraíbas. Não é fácil captar todas as dimensões do conceito de se ter conjuntamente o pleno emprego, produtivo e decente para todos (incluindo os jovens e mulheres), através de um conjunto de critérios. Na África Subsahariana a notória incapacidade de se reduzir o número de trabalhadores pobres, como resultado do lento crescimento da produtividade e do comportamento vulnerável do emprego, combinado com o número crescente de desempregados, acentua o fosso face às demais regiões. A produtividade do trabalho no Norte de África tem conhecido efeitos positivos consideráveis e uma melhoria na vida da população. A mulher, com a inversão na estrutura da educação, tem conseguido entrar no mercado de trabalho, ultrapassando a conhecida situação de não trabalhar ou de trabalhar como familiar não remunerado, convertendo-se numa trabalhadora que recebe um salário mas ainda inferior que a do homem, em cerca de 40%.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

26.000% de Inflação Zimbabweana

Tomou-se conhecimento que a inflação zimbabweana disparou para 26.470,8%, novo recorde neste país da África Austral, o que pode afectar as próximas eleições gerais marcadas para 29 de Março de 2008, num país a braços com uma desastrosa crise económica que os críticos atribuem as políticas do governo. Esta inflação acumulada até Novembro de 2007 atingiu este valor contra os 7.982,1% de Setembro (não foram publicadas as estatísticas da inflação do mês de Outubro). Este salto de inflação forçou o Banco Central a aumentar as taxas de juro de 975 para 1.200%, como forma de desencorajar os empréstimos dos especuladores e expansão inflaccionária de crédito. É estimado que a economia contraíu 6% em 2007, espelhada pelo declínio da produção em todos os sectores da economia, a excepção de um aumento marginal na produção agrícola. Nos últimos 8 anos os zimbabweanos enfrentam uma escassez crónica de comida, combustível, divisas e mais recentemente electricidade, uma crise que segundo os críticos de Mugabe tem a sua génese no controverso programa de reforma agrária. Enquanto isso, Mugabe atribui a crise as sanções ilegais impostas pelo Ocidente como retaliação do programa de reforma agrária, que tinha como objectivo a redistribuição de uma minoria branca por uma maioria negra sem terra.