quinta-feira, 8 de março de 2007

Mulher africana

A comemoração do dia Internacional da Mulher é, por si só sintomático de que em pleno século XXI, a mulher ainda se confronta com múltiplas formas de discriminação e, devido a uma multiplicidade de factores sociológicos, psicológicos e outros. Tudo aconteceu em 1857. Operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica. Reivindicavam a redução do horário de trabalho de 16 horas por dia para 10 horas. Fechadas na fábrica, deflagrou-se um incêndio e 130 mulheres morreram queimadas. Cerca de 50 anos depois (1910), numa conferência internacional de mulheres na Dinamarca, foi instituído o dia 8 de Março como o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem àquelas mulheres. O movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma. No continente africano, o panorama da mulher continua trágico, apesar de pouco a pouco as mulheres começarem a aceder a uma independência económica confortável e a cargos de decisão e de poder. Porém, mesmo essas encontram-se, muitas vezes, em situações de dependência psicológica dos seus maridos ou companheiros, devido a estereótipos acenstrais que só serão passíveis de serem debelados com o passar de mais algumas gerações. Nas camadas mais desfavorecidas, as mulheres são duplamente sacrificadas, pois em regra para além das suas profissões tem que prover, quase sempre sós, ao governo da casa e ao cuidado dos filhos, quando não enfrentam, acrescidamente, muitas vezes em silêncio, a própria violência doméstica. Tudo isto, não obstante, ter-se vindo a fazer um esforço significativo na formação básica, erradicação de qualquer forma de violência desde a física e a psicológica, bem como a eliminação de estereótipos de género, designadamente incentivando as jovens a orientar-se para estudos não tradicionais, o que pode evitar que as mulheres sejam objecto de práticas tradicionais violentas a sua dignidade, enquanto mulher, e sejam também colocadas em profissões menos valorizadas e menos bem remuneradas. Entretanto, a verdadeira resolução desta questão não passa por despejar dinheiro em cima dos problemas, mas pela vontade de todos, sem distinção de género, de se avançar para sociedades mais justas, equilibradas, harmónicas e companheiras, tendo presente que a mulher, tem que ter consciência, de que quando chamadas a darem a sua opinião e não só, devem também fazer-se ouvir, numa altura em que surgem alertas sobre a multiplicação de casos de violação dos seus direitos a nível mundial, e há apenas 3 anos da comemoração do centenário.

1 comentário:

Surama Caggiano disse...

Desde há muito tempo que a mulher africana tem sabido enfrentar com luta e coragem as guerras, a fome, as discriminações e a ignorância humana. Estas mulheres tem que ser reconhecidas como grandes guerreiras.