quinta-feira, 22 de março de 2007

Água

Comemora-se hoje o Dia Mundial da Água. Uma data que em vez de ser de celebração, deve ser de reflexão. Dentro de pouco tempo, se nada for feito, mais de metade da população mundial vai ficar sem água potável. Praticamente todos os estudos feitos sobre esta matéria mostram cenários catastróficos. A falta de água não se deve exclusivamente à poluição ou ao consequente aquecimento global do planeta. "O problema básico é a pobreza, não a água", segundo o economista Chuck Howe, da Universidade de Colorado, pois os países em vias de desenvolvimento são os que se dedicam sobretudo à agricultura. E os sistemas de irrigação agrícola e a utlização pouco racional dos recursos hídricos são os principais responsáveis pela extracção excessiva de água do solo.
África está muito aquém dos objectivos de desenvolvimento em matéria de água e saneamento. As principais necessidades sociais como a educação estão estreitamente relacionadas com a água potável e a higiene. As doenças com origem na água consomem as energias e a capacidade de aprendizagem das crianças. Todos os dias, há imensas crianças que não vão à escola por causa de doenças como a diarreia e os parasitas intestinais. Por outro lado, a falta de instalações sanitárias decentes e diferenciadas nas escolas é um obstáculo à escolarização de muitas raparigas. Uma criança que cresce nestas condições tem muito poucas hipóteses de escapar à pobreza. As comunidades pobres vêem o seu potencial humano depauperado por doenças constantes e pela morte. O subdesenvolvimento crónico é uma consequência inevitável. Estima-se que os dias perdidos de escola ou de trabalho representem uma perda de produtividade anual de cerca de 63 mil milhões de USD. As décadas de conflitos, a má gestão da terra pobre e o impacte da seca crescente deixa a maior parte das crianças à mercê de uma grave escassez de água. Mais de 42 por cento da população não tem acesso à água potável e apenas 36 por cento têm acesso a instalações sanitárias. Investir é fundamental.

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