segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Previsões económicas globais de Outono do FMI

Nas previsões económicas globais de Outono, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma aceleração das economias africanas de 6,1% este ano para 6,8%, com os países do Corno de África e da região Austral, incluindo Angola, a liderarem o crescimento. As economias dos países do Corno de África, em que se incluem Etiópia e Sudão, vão crescer em média 10,9% este ano, e 10,2% no próximo. Na África Austral, o crescimento vai acelerar de 9,2% para 11% no próximo ano, com Angola a liderar, registando uma subida do PIB na ordem dos 23,1% em 2007 e 27,2% no ano seguinte. As outras três sub-regiões consideradas pelo FMI - Grandes Lagos, Centro e Oeste e a Zona Franco CFA - também vão acelerar deste ano para o próximo. «A aceleração do crescimento reflecte em larga medida a entrada em produção de novas instalações em países exportadores de petróleo, como Angola e Nigéria, mas prevê-se que muitos outros países na região continuem com ritmos de crescimento relativamente elevados, mantendo a inflação moderada». Contra a tendência média dos países do continente abaixo do Saara, a África do Sul, abrandará para 4,7% este ano e 4,2% em 2008. O FMI alerta, contudo, para os riscos existentes num abrandamento da economia global, que «reduziria a procura para as exportações africanas de matérias-primas» e também nos «desenvolvimentos políticos internos» nalguns países. Para o FMI, a região «está a desfrutar do melhor período de crescimento sustentado desde a independência», com os países produtores de petróleo a liderarem. Para Cabo Verde, é previsto um crescimento de 6,9% este ano e 7,5% no próximo. A economia da Guiné-Bissau deverá crescer 2,5% em 2007, abrandando para 2,1% no próximo ano. Também nos níveis de pobreza, adianta, se registam progressos, graças a «uma combinação potente de ambiente externo favorável, implementação acertada de políticas e a crescente abertura das economias da região, alcançada não apenas pelos exportadores de matérias-primas, mas também por países costeiros e mesmo sem acesso ao mar». Quanto a Moçambique, o crescimento deverá abrandar dos 8,5% do ano passado para 7% em 2007 e 2008. São Tomé e Príncipe também está em abrandamento, dos 7% de 2006 para 6% nos dois anos seguintes. As projecções do FMI para a África sub-saariana apontam ainda para uma abrandamento da inflação, de 7,6% este ano para 6,7% no próximo, e um desagravamento do défice corrente, de 3% para 1,6%, no mesmo período. Para Angola prevê-se uma inflação de 9% este ano, e de 7,3% no próximo, e um excedente de 7,6% e 10,7%, em 2007 e 2008. Na região, afirma o FMI, o investimento estrangeiro «tem sido particularmente forte para os países ricos em recursos naturais, mas também noutras zonas, por exemplo para financiar projectos turísticos». O fundo alerta que as economias petrolíferas «devem ser cuidadosas gastando as imensas receitas de uma maneira prudente, sem sobrecarregar a capacidade de absorção doméstica e realizando poupanças para as gerações futuras». «Para tirarem completo partido da globalização, os países da região têm de continuar a construir instituições que ajudem a manter uma melhor gestão macroeconómica, levar acabo reformas na governação e outros âmbitos para fortalecer o combate à pobreza e desenvolver a envolvente de infra-estruturas e negócios» (Analise aqui).

Sem comentários: