sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Processo de globalização

O processo em curso, controlado e determinado pelos grandes investidores estrangeiros, agrava as desigualdades entre continentes, entre países, entre regiões, entre pessoas. O Mercado e sobretudo o Dinheiro, são soberanos das decisões e árbitro dos conflitos, moldando a sociedade, imperando a lei do mais forte, onde não se olha aos danos colaterais provocados pela colonização e guerra económica em curso. O Mercado cego, não vê, ou ignora, todos os efeitos negativos que provoca. Os economistas convencionais, chamam a este fenómeno de externalidades, para não os incluir nos custos e justificar preços artificiais. Estes efeitos são visíveis, por um lado, no meio ambiente, não se dá vazão aos eflúvios da produção e do consumo, reduzindo a biodiversidade e esgotando as matérias-primas essenciais, e por outro lado, no aumento das injustiças sociais, da pobreza, da exclusão, da violência, da criminalidade, do declínio de territórios imensos, tanto em meio rural como em meio urbano.
O cidadão africano exige que haja um resolução ou minimização imediata do problema que está na sua origem, como sobretudo actuar-se sobre as suas causas e capacitar as pessoas afectadas para que de uma forma mais autónoma, construam as bases necessárias para um futuro comum, menos incerto e capaz de garantir melhores condições materiais e imateriais de vida. Os territórios em declínio, com forte despovoamento e/ou envelhecimento, pessoas excluídas ou em forte risco de exclusão, necessitam dum processo de natureza educativa e de medidas substantivas onde se adopte cursos de segunda oportunidade escolar ou de formação profissional, incentivos ao auto-emprego e à microempresa, acompanhadas por um processo intenso de forma a transformar os cidadãos em efectivos participantes do processo em curso, apoiando-os num percurso que lhes permita atingir com sucesso os projectos pessoais ou colectivos em que se revejam, se responsabilizam e para os quais se sintam confiantes e capazes. É uma função crucial a desempenhar, sobretudo tendo em vista a inclusão da população africana marginalizada do acesso a serviços e bens essenciais à sua qualidade, e uma função que o Estado não cumpre e o Mercado recusa, por se tratar de uma clientela insolvente, logo de fácil montra a pedidos de ajuda financeira externa que serve, em grande medida, para outros fins.

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