sábado, 28 de julho de 2007

O colapso do Zimbabué (2)

...Intensifica-se a campanha de detenção de comerciantes e empresários, com a acusação de ignorar as exigências do Governo para reduzir para metade os preços ao consumidor. Por exemplo, as bombas de gasolina são obrigadas a baixar os preços em 66% e as empresas rodoviárias a reduzirem as tarifas em 80% (devido a descida dos preços do combustível). Um economista do Executivo "garante que esta política de preços tem surtido efeito, no fortalecimento do dólar do Zimbabué (ZWD) no mercado paralelo face à libra esterlina". Os Banqueiros, pelo contrário, afirmam que "o fortalecimento do dólar do Zimbabué se deve ao decréscimo da procura de moeda estrangeira", porque "ninguém quer apostar nas importações, seja de combustível ou outras, para depois vender com prejuízo". O preço das acções na Bolsa de Valores do Zimbabué aumentou 90 vezes no primeiro semestre de 2007, e ao atingir o pico máximo, nestes últimos dias, caíu cerca de um terço. Os corretores atribuém o colapso do mercado ao dito "medo dos investidores, que receiam que as empresas cotadas sejam obrigadas a vender com prejuízo ou que possam ser nacionalizadas". Segundo o FMI, esta medida "contribui para agravar a escassez dos produtos e, deste modo, fomentar ainda mais a inflação". A inflação anual no Zimbabué é colocada perto dos 5.000 % ao ano e poderá chegar aos 100 mil por cento no final de 2007 (opinião de Bio Tchane, director do Departamento Africano do FMI). Neste momento, na prática, o preço de um pão custa agora 50 vezes mais do que há um ano. O governo para contornar e controlar esta subida galopante do custo de vida, criou a nova nota de 200 mil dólares zimbabueanos.

1 comentário:

Izidine.Abdul.Cadir disse...

O governo zimbabweano autorizou os comerciantes a aumentarem os preços de certos produtos básicos para evitar a escassez gerada pelas suas medidas de congelação dos preços, divulgadas quarta-feira última na imprensa oficial (22/08/07). Deste modo, os comerciantes vão proceder ao aumento até 20% mais sobre os preços de vários bens e serviços como o açúcar, o óleo, o sabão, ou as facturas telefónicas. Quanto aos vendedores de produtos agrícolas poderão igualmente aumentar o preço das sementes de milho e de insecticida. Desde os fins de Junho (mês da ordenação aos comerciantes que dividissem os preços por dois e que congelassem à este nível, para reduzir a hiper-inflação que ascendia a cerca de 5.000%. Esta medida provocou uma queda da produção, prejuízos avultados nas fábricas decorrentes dos custos, e ainda estantes vazias nos supermercados. O ministro da Indústria, Obert Mpofu, que reconhece que deve haver esforços concertados para melhorar o abastecimento de produtos básicos no mercado, em Junho, acusou os comerciantes de conspiração com os inimigos ocidentais do regime para provocar a queda do presidente Robert Mugabe, no poder há 27 anos. Fazendo um balanço dessa medida, mais de 12 mil comerciantes, que não aplicaram a congelação dos preços, foram detidas.